ANATEL DEVE ADIAR 5G PARA FIM DE NOVEMBRO EM QUINZE CAPITAIS

 A dificuldade para obter os equipamentos necessários para evitar que a quinta geração de telefonia móvel (5G) provoque interferências em outros serviços que compartilham a faixa de 3,5 gigahertz (GHz) pode levar a um novo adiamento na data-limite de ativação da tecnologia nas capitais brasileiras.

O prazo atual, que termina em 29 de setembro e já é resultado de um ajuste no cronograma original, deve ser protelado para 27 de novembro. Inicialmente, a previsão é que o serviço fosse acionado em todas as capitais até o fim de julho. 

A mudança no calendário de ativação do 5G “puro” - como ficou conhecido a versão “standalone” ou 5G SA - foi proposta na sexta-feira pelo grupo técnico responsável por acompanhar a ativação da nova rede, o Gaispi, e precisa ser confirmada pelo conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Liderado pela agência, o grupo é formado por representantes das operadoras de telefonia celular, dos radiodifusores e dos operadores de satélite.

Em entrevista a jornalistas, o diretor da agência e presidente do Gaispi, Moisés Moreira, afirmou que insistir em manter o atual calendário de lançamento, sem os cuidados necessários para evitar interferências, pode levar à “judicialização” por quem se sentir prejudicado. 

Moreira informou que 15 capitais podem ser afetadas pelo adiamento: Recife, Fortaleza, Natal, Aracaju, Maceió, Teresina, São Luís, Campo Grande, Cuiabá, Porto Velho, Rio Branco, Macapá, Boa Vista, Manaus e Belém.

A chegada do 5G puro a Curitiba, Salvador e Goiânia foi confirmada para amanhã. De acordo com o superintendente de outorga da Anatel, Vinicius Caram, as três cidades contarão com a ativação de um número de antenas bem acima do mínimo exigido no edital de venda das licenças do novo padrão tecnológico. 

Em Curitiba, Claro, TIM e Vivo teriam que instalar 72 antenas nessa fase, mas vão ativar 316 estações 5G. O sinal vai alcançar 28% da cobertura de 4G. Esse percentual cai para 15% em Salvador e 10% em Goiânia.

Moreira avalia que Rio de Janeiro, Vitória, Florianópolis e Palmas serão as próximas capitais contempladas, o que deve ocorrer ainda em setembro. O sinal do novo serviço já chegou a São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa. 

O processo de desocupação da rede em 3,5 GHz para uso do 5G envolve a instalação de filtros anti-interferência e a distribuição de kits de antenas para população de baixa renda, inscrita nos programas sociais do governo federal, que utiliza parabólicas para assistir TV aberta. Todo o custo é bancado pelas operadoras que compraram licenças nessa faixa. 

Por Rafael Bitencourt — De Brasília

 

 

Fonte: Valor Econômico

 







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